Eu ando tendo um sonho muito recorrente. Surpreendentemente, eu sempre
acordo triste pois ele não é real. Convenhamos que isso é comum, afinal,
sonho quando é sonho, na maioria das vezes, diante do estado do
sonhador, é irreal. Mas o que eu quero dizer é que esse sonho não
deveria ser um sonho tão desejoso no auge dos meus 18 anos, de jovem
solteira no auge da glória universitária.
Esse sonho é de ser mamãe. OK, ele não é tão recorrente... hoje foi a
segunda vez que eu sonhei com isso. E foi uma sensação tão acolhedora,
gostosa, boa. Parecia que aquela companhia nunca teria fim, que o riso
daquela neném nunca cessaria e o sorriso dela curaria qualquer dor ou
ferimento meu.
(essa imagem é tão linda.. fonte: tumblr) |
A
primeira vez foi comigo andando por uma rua movimentada a caminho do
resultado da consulta do sexo do bebê. Eu estava grávida, acho que era
uma barriga de uns seis meses e eu estava falando ou no telefone ou
pensando alto. A pauta era o nome da criança. Ainda não tinha escolhido,
ao que tudo indicava, para menino, seria Matteo (♡)
e para a minha surpresa, eu que sempre tive os nomes para as minhas
crias (isso é verdade), eu não tinha SEQUER pensado no nome feminino
caso fosse menina - no sonho, é claro. Rapidamente veio Olívia na minha
cabeça, mas então rejeitei a ideia, pois Lívia é o nome da cunhada da
minha irmã e eu não queria que achassem que era um homenagem?????? Tá
bom né. Então, eu acordei. E acordei bem, bem triste. Lembro que no
sonho eu estava refletindo o quão gostosa era a sensação da gravidez,
sentir a barriga te puxando pra frente, o peso e a pressão no tronco,
mas ao mesmo tempo, parecia que eu estava flutuando. Acordei e fiquei
triste por saber que eu não estava esperando um neném (ai, gente, eu
sei, parece loucura).
Na imagem é claramente a minha sobrinha beijando a minha barriga ~seria meu sonho?~ |
O
outro, foi com a minha garotinha já nascida, com uns quatro anos de
idade. Eu estava ralhando com ela sobre algum motivo aleatório, mas ela
só fazia rir. Seus dentinhos eram tão pequenininhos, mas era um sorriso
tão absurdamente lindo. Ela tinha uma franjinha e o cabelo era liso. Eu
estava a levando para ir ao banheiro, puxei a descarga e o sonho mudou.
Em seguida, eu era tutora de um garotinho igualmente amorzinho, mas o
sonho desencadeou comigo caindo na porrada com a minha irmã mais velha
em uma festa de gala. Acordei e fiquei triste pois a Maria Rita não
existia.
sorriso dela era assim ó ♡
|
Eu
sempre gostei brincar de mamãe, amava cuidar das minhas bonecas como
filhas (inclusive o Lactose, meu boneco predileto, amo demais ele gente
aaaaaaaaa, melhor presente que o meu pai já me deu, tenho um apego
emocional, pessoal grandiosíssimo nele) e sempre gostei de ficar
olhando, mesmo que de longe, um neném no colo da mãe ou do pai.
Hoje,
eu me derreto toda ao ver uma criança na rua brincando, rio, comendo ou
até mesmo fazendo birra. Parte de mim é desejosa em ser aquela mãe com
aquela criança. Eu quero muito saber como é a sensação de amar um
serzinho dessa forma tão absurda que faz as mães (ou pais ou
responsáveis) criarem uma coragem indomável em prol a defesa de seu
amado bebê, quero ter a sensação do orgulho que uma mãe sente quando o
filho ler pela primeira vez e quero entender, também, como uma mãe fica
boba ao observar o neném dormindo.
O
feminismo me ajudou muito a não julgar a mãe na situação em que a sua
criança está com birra ou chorando. Antes eu ficava enfurecida por conta
daquele molequinho está gritando, fazendo um show e berrando ao lado do
meu ouvido. Com os relatos de mães que eu vi na internet, pude ver que
essas atitudes de seus filhos, além de cansativas, são absolutamente
normais. E é humilhante demais ter seu filho julgado como mal educado
por um bando de desconhecidos e pior ainda, ser julgada como uma péssima
mãe, quando não há ninguém para oferecê-la ajuda. Parei de sentir
antipatia pela criança, afinal, eu também já fui uma e eu mesma já devo
ter feito algum show de birra no meio do shopping. Então, por que eu
seria melhor que aquela criança chorando no ônibus por estar com fome?
Inclusive, dei um pirulito de chocolate para um garotinho que estava se
queixando disso, há uns meses... Pedi permissão da mãe, ela disse que
sim e ele parou de chorar. Quando descemos do ônibus, a mãe comprou um
cachorro quente para ele, eu acho.
Mas
tem um detalhezinho que me deixa muito pensativa. Nesses dois sonhos,
eu era mãe solo. Ou seja, era só eu e o meu filho. Sem pai. E então,
além de surgir a necessidade de querer ser mamãe, veio a necessidade de que essa criança fosse só minha. Não sei de onde surgiu isso, não sei se foi em outro sonho, mas floresceu em mim, a ideia irredutível
que o Enzo seria somente eu. Inclusive, Maria Rita também. Mas eu não
quero isso. Eu tenho o desejo de me casar, tá... Mas não consigo
imaginar um pai tão feliz com a vinda de meu Enzo e ou Maria Rita tanto
quanto eu. Bate um ciúme ter que dividir meus filhos inexistentes. :(
Sei
que mesmo que eu tivesse todo dinheiro do mundo, não seria viável ter
um filho agora. Afinal, tenho 18 anos. Estou ainda no meu primeiro
período da faculdade. Moro e ainda divido o quarto com a minha mãe, a
minha independência se resume a ir para a faculdade sozinha. Nada mais.
Mesmo que fosse milionária, meu grau de maturidade ainda não seria o
suficiente para por uma criança no mundo (algo me diz que caso eu fosse
rica, o meu grau de maturidade ainda seria menor que o de agora...).
Quero ter meus filhos, sim. Arrisco dizer que é um sonho.
Mas não agora. Agora, não.
Quero
poder oferecer ao meu filho os melhores momentos que ele merece. Quero
que ele estude em uma escola pública (sim), mas de qualidade, que ele
não tenha receio de ir e vir. Quero que a minha filha goste de conversar
comigo sobre tudo, sem medo que eu a julgue (saiba onde você estiver,
fofinha, mamãe já te ama ♡ e promete não ser muito
rabugenta com você), quero auxiliar meus filhos nos deveres escolares,
fazer que eles entendam que eles podem ser o que quiserem no mundo,
contanto que tenham dignidade e caráter, que eles sejam boas pessoas.
Quero oferecer humildade a eles, que eles sejam boas pessoas e que
gostem de ajudar ao próximo.
Ah,
e eu espero não ter romantizado a maternidade com esse texto. Tenho
ideia do quanto essa romantização adoece nossa sociedade patriarcal. O
modo como eu me expressei aqui é por conta do anseio que os sonhos
despertaram em mim para ser mãe. Mas temo muito que a sensação oferecida
no sonho, não seja igual no mundo real, some isso a mais um medo de me
tornar mãe agora ou futuramente (li em algum lugar que um dos motivos
para haver depressão pós-parto era que as mães não sentiam aquele tiro
de amor ao ver o filho, pela primeira, vez como era prometido). E eu
falei majoritariamente das mães, pois é nisso que eu tenho maior
vivência (afinal, minha mãe foi mãe solo) e bem eu, como mulher, só
posso ser mãe ao ter um filho...
Nomes casos seja menina: Maria Rita (é o nome escolhido), Dominique, Anaïs, Olívia, Vênus Elane.
Nomes
caso seja menino: Murilo (gêmeo de Maria Rita), Danilo (gêmeo de
Dominque), Olim (the chosen one e gêmeo de Vênus), Téo, Matteo e Enzo.
Queria ter corpo para ter cada um para cada nome, hahaha. Mas, acho que um casal bastará... :)
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