“O Dia da Morte de Denton Litte”
Livro lançamento de Lance Rubin |
O livro foi lançado em 2016 pela Intrínseca e tá
falando do dia que o menino Denton vai morrer. O enredo segue um pseudo futuro
distópico em que o Governo é capaz de fazer mil e um cálculos e vários exames
de sangue e com amostras de cabelo que são capazes de definir, mais ou menos –
com muita exatidão, é claro –, a data em que as pessoas morrerão. O dia de
Denton chegou.
O livro tinha tanto potencial... e eu odiei tanto
que nem vou escrever a resenha dele no meu caderninho de resenhas, vou escrever
direto aqui e #prontocabou.
A primeira coisa que eu notei do livro, que eu achei
totalmente mal desenvolvida, foi o tempo. Apesar de seguir uma espécie de linha
cronológica histórica, não alcança o avanço tecnológico teoricamente proposto. Eu
digo isso porque o modo como os personagens se referiam ao passado fazia soar
que tudo foi há muito tempo (“Você acredita que existiu uma época em que as não
sabiam quando morreriam?” e essas coisas), mesmo que não tenham divulgar o ano
em que o livro era passado. Há muitas
referências culturais da nossa era que, eu acho, não seriam tão presentes ou
vivas na cultura dita tão avançada deles (filmes, brinquedos, músicas, redes
sociais, até alguns eventos como Baile da Escola que são populares para a
gente, ainda eram populares para eles).
O Denton está desesperado. Ele passou a vida
acreditando que tudo bem ele ser um garoto normal, que tirava boas notas,
esportista, um pouco popular, mas a ideia de que ele morreria ainda com 17 anos
o assustava. Todos ao seu redor morreriam com mais de 60 anos vividos, e ele
sequer se formaria no Ensino Médio. Chega o dia de sua morte e uau, uau, uau
ele se arrepende de ter seguido uma vida assim tão tranquila e usa a morte dele
para ser um babaca machista, traidor e sexista. Toda cagada que ele faz, ele
justifica “ah, mas eu estou morrendo” e lá desrespeita a namorada, a mãe, o
pai, a paixão de infância e todo o resto.
A história se inicia com ele de ressaca, sem muitas
lembranças do seu dia anterior e desperta ao notar que hoje é o último dia em que
ele permanecerá vivo, o dia seguinte é o marcado de sua morte. O livro se
divide entre uma comédia pastelona (que de início, eu achei muito legal, mas
depois ficou tão forçada) e uns mistérios dramáticos, mas o primeiro aparece em
maior parte do livro, a seriedade ficou mais para o final – o que é uma pena,
pois o autor conseguiu fazer eu me interessar de novo pela história (não ao
ponto de querer ler a sequência, mas eu consegui terminar a leitura sem ficar
sofrendo).
Denton sendo babaca + comédia pastelona em um nível
totalmente desnecessário = eu quase
desisti de ler!
O livro tenta carregar uma vibe de curta seus
últimos momentos e sendo agradável com as pessoas (menos com a sua família,
porque senão você vai estar pagando mico com quem lhe quer bem) e eu achei
muito boa a forma como o autor trabalhou com a madrasta do Denton. Pela
primeira vez, na minha experiência literária, eu vi uma madrasta não ser má ou
distante, na verdade, ele a chamava de mãe e ela o amava genuinamente. Eu achei
muito fofo o modo como ela se referia ao Dent e ao irmão mais velho (com quem
ela não tinha um relacionamento tão bom) de “meus filhos”. A madrasta dele, o
Paolo (melhor amigo) e Taryn, namorada de Denton são os personagens que salvam
o livro, porque a Verônica – a paixão de infância, adolescência e até hoje dele
– é uma bad girl péssima, mal
construída e forçada e eu só sabia virar o olho quando ela falava algo.
O livro tinha uma premissa muito boa, mas o autor
pecou na narração de um personagem tão babacudo, em um núcleo de personagens
tão mal desenvolvido (até a escolha dos nomes e sobrenomes foi mal feita) e o
livro se perde muito na comédia forçada, que o ápice das descobertas e
desenlaces na reta final do livro se perdem.
Mas os diálogos foram bem feitos (pelo menos isso).
Nota: 2/5.
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