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sábado, 30 de junho de 2018

Eu desejei bastante que o momento do Denton chegasse logo | tem spoiler, acho

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O Dia da Morte de Denton Litte”

Livro lançamento de Lance Rubin


O livro foi lançado em 2016 pela Intrínseca e tá falando do dia que o menino Denton vai morrer. O enredo segue um pseudo futuro distópico em que o Governo é capaz de fazer mil e um cálculos e vários exames de sangue e com amostras de cabelo que são capazes de definir, mais ou menos – com muita exatidão, é claro –, a data em que as pessoas morrerão. O dia de Denton chegou.

O livro tinha tanto potencial... e eu odiei tanto que nem vou escrever a resenha dele no meu caderninho de resenhas, vou escrever direto aqui e #prontocabou.



A primeira coisa que eu notei do livro, que eu achei totalmente mal desenvolvida, foi o tempo. Apesar de seguir uma espécie de linha cronológica histórica, não alcança o avanço tecnológico teoricamente proposto. Eu digo isso porque o modo como os personagens se referiam ao passado fazia soar que tudo foi há muito tempo (“Você acredita que existiu uma época em que as não sabiam quando morreriam?” e essas coisas), mesmo que não tenham divulgar o ano em que o livro era passado.  Há muitas referências culturais da nossa era que, eu acho, não seriam tão presentes ou vivas na cultura dita tão avançada deles (filmes, brinquedos, músicas, redes sociais, até alguns eventos como Baile da Escola que são populares para a gente, ainda eram populares para eles).

O Denton está desesperado. Ele passou a vida acreditando que tudo bem ele ser um garoto normal, que tirava boas notas, esportista, um pouco popular, mas a ideia de que ele morreria ainda com 17 anos o assustava. Todos ao seu redor morreriam com mais de 60 anos vividos, e ele sequer se formaria no Ensino Médio. Chega o dia de sua morte e uau, uau, uau ele se arrepende de ter seguido uma vida assim tão tranquila e usa a morte dele para ser um babaca machista, traidor e sexista. Toda cagada que ele faz, ele justifica “ah, mas eu estou morrendo” e lá desrespeita a namorada, a mãe, o pai, a paixão de infância e todo o resto.

A história se inicia com ele de ressaca, sem muitas lembranças do seu dia anterior e desperta ao notar que hoje é o último dia em que ele permanecerá vivo, o dia seguinte é o marcado de sua morte. O livro se divide entre uma comédia pastelona (que de início, eu achei muito legal, mas depois ficou tão forçada) e uns mistérios dramáticos, mas o primeiro aparece em maior parte do livro, a seriedade ficou mais para o final – o que é uma pena, pois o autor conseguiu fazer eu me interessar de novo pela história (não ao ponto de querer ler a sequência, mas eu consegui terminar a leitura sem ficar sofrendo).

Denton sendo babaca + comédia pastelona em um nível totalmente desnecessário = eu quase desisti de ler!

O livro tenta carregar uma vibe de curta seus últimos momentos e sendo agradável com as pessoas (menos com a sua família, porque senão você vai estar pagando mico com quem lhe quer bem) e eu achei muito boa a forma como o autor trabalhou com a madrasta do Denton. Pela primeira vez, na minha experiência literária, eu vi uma madrasta não ser má ou distante, na verdade, ele a chamava de mãe e ela o amava genuinamente. Eu achei muito fofo o modo como ela se referia ao Dent e ao irmão mais velho (com quem ela não tinha um relacionamento tão bom) de “meus filhos”. A madrasta dele, o Paolo (melhor amigo) e Taryn, namorada de Denton são os personagens que salvam o livro, porque a Verônica – a paixão de infância, adolescência e até hoje dele – é uma bad girl péssima, mal construída e forçada e eu só sabia virar o olho quando ela falava algo.

O livro tinha uma premissa muito boa, mas o autor pecou na narração de um personagem tão babacudo, em um núcleo de personagens tão mal desenvolvido (até a escolha dos nomes e sobrenomes foi mal feita) e o livro se perde muito na comédia forçada, que o ápice das descobertas e desenlaces na reta final do livro se perdem.
Mas os diálogos foram bem feitos (pelo menos isso).

Nota: 2/5.


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